quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Lágrimas

Respiro e repito
Não menina
Não é lágrima
Meu olho é assim
É suor curtido
Caindo em teu colo
Penetrando o descaso
Afirmando o meu vicio


Respiro e repito
Não menina
Não é lágrima
Meu olho é assim
Desobedece e desafia
A ordem dos fatos
Transformando o meu mundo
Em doce absurdo
Carnaval sem ter fim


Respiro e repito
Não menina
Não é lágrima
Meu olho é assim
Torto e impróprio
No olhar mais devasso
Um sinistro palhaço
Presente tão raro
Gargalhando ao explodir


Não respiro
Repito
Sim menina
Sim menina
É lágrima
Um ultimo espasmo
Tatuando a tristeza
Marcando a saudade
Em um corpo vazio


Sim menina
É lágrima...

2 comentários:

  1. A única vantagem de tanta dor, é poder transformá-la e poemas e canções.

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  2. É triste e bonito, deixar rolar a lágrima e assumir se ela insiste.Gosto muito de tudo que escreves!Beijos.

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