terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Dom de ir.

Esbarrou

Bateu assim

Quase caímos...

E ai?
Você?
Vou bem!
Assim!
Vou indo!
Pra onde?
Pra li!
Pra que?
Sei lá?
Você?
Vou bem!
Também!
Aqui!
Pra que?
Sei lá!
Também!
Estamos!!
Estamos??
Sim,aqui!
E ae?
Vamos?
Pra onde?
Pra li!
Bem ali!
Onde?
Pro Céu!!
Vem?
Pra que?
Sei lá!
Estar!!
Pra que?
Pra sempre?
Talvez!
Assim!
Pode ser!
De vez.
Em quando!
Ta afim?
Porque não?!
Então?
Vamos?
Vou sim!
Assim!
Sim!!!!
Então...
Para!!!
De que??
Falar!!
E faz...
Assim!
Faço!
Fico!
Assim!
Assim?
Vai!
Vem?
Eu vou...
Eu vou...
Céu!
É aqui!
Enfim!!
Nos vemos!
É bom?
Ver?
Sim!
Bom!
Sempre!
Bom!
Quando?
Assim!
Por que?
Tem hora?
Sim!
Tem!
De que?
Partir!
Já!!
Vai?
Sim!
Pra onde?
Não...
Sei!
Talvez.
Pra li!
Onde?
Pro Céu!
Céu?
Sim!
Você vem?
Um dia?
Vou!
Quem sabe?!
Um dia...
Então vou!
Indo!
Até...
Quem sabe!?


Um dia!!


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Depois do Carnaval do ano que vem.

Rasgando o céu
Te procurando em cada esquina
Pintando de vermelho o coração
Anunciando um grito a calmaria
O fim da noite em teus olhos
Brincadeira é brasa de menina

O dia brota amor
Destilando o suor em minha vida

O tempo gastando a paisagem
Esquecida em bancas da avenida
Passagem de ida antes de chegar
Acenando um beijo a despedida
Em meu corpo a febre é esperança
Invisível véu da chuva fina

O dia brota amor
Destilando o suor em minha vida

O êxtase explode o seu corpo
Quero cada pedaço que me prometia
Com laço de fita brilhante enfeitar
Guardando em meu peito a dor e a alegria
Eu sei que um dia tudo vai terminar
No samba manhã que o sol anuncia

O dia brota amor
Destilando o suor em minha vida

Morna água dos meus olhos
Caindo depressa ao adorar o avesso
Me debrucei sobre seu corpo a latejar
Espasmo do gozo é um lampejo
No chão um lençol a amparar
O fim do coito amor inteiro

O dia brota amor
Destilando o suor em minha vida

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Etérno Desejo

Entranha
Entra estranha em mim
Destruindo a calma
Gastando a noite de vozes altas
Dançando ao coito anunciado
Até quando será assim?
Letras lançadas ao espaço em branco
Na doce retina do seu acalanto
Um pranto se faz em dedos trêmulos
Ingênua lágrima sem esperança
Então mais uma noite se fez a saudade
Que me arde a súplica
Tudo é tempo que se perde em mim
Cada vez mais enlouquecido ao te ver sorrir
Minha pele ressalta ao te ver chegar
O seu beijo é um doce poema do por vir
Mas as horas partem e o tédio me mata
E meu corpo implode ao te ver partir
Até quando será assim?
Me diz em um grito
Do seu vasto delirio
Me fala e me rasga
Pra acabar com esse rito
Me fala,vai menina,me diz
Se o teu mundo acabar
Quem vai ser o primeiro a cobrir
O seu corpo com o ouro vagabundo
Derretido com as lágrimas
Do meu olho vadio
Faz da minha solidão teu poema
Em letras que falam do quando
Uma madrugada te pus à sorrir
Besteiras faladas no bar
Colocando você em meus planos
Delirio pintado no ar
Você me pede mais um beijo
Não pensei como poderia marcar
Teu gosto em minha boca jogada
Queimando um etérno desejo

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Sutilezas

Hoje é só mais um dia
Que lhe prometi fazer feliz
Talvez te leve à algum parque
De remotas lembranças infantis

Hoje é só mais um dia
Talvez eu cure tua náusea
Faça um chá ou uma massagem
Na sua nuca eu sei que te acalma

Hoje é só mais um dia
Talvez eu finalmente pinte o seu quarto
De azul te lambuzar até os pés
Da tinta que escorrerá em meus braços

Hoje é só mais dia
Talvez eu termine aquele samba
Que lhe prometi no ultimo Carnaval
Só porque sambei com a tal cabrocha
Me vi obrigado a acalmar tua sanha

Hoje é só mais um dia
Pra te arrancar aquele sorriso
Quando na fila do banco me pus a cantar e dançar
"Let The Sunshine In..." em  pleno delírio

Hoje é só mais um dia
De pequenas sutilezas
Adoro quando ajeita o cabelo
Ou quando se joga no sofá indefesa

Hoje é só mais dia
Que o jantar eu faço sozinho
Você arrumando o prato em cima da mesa
Com um vestido florido cantando baixinho

Hoje é só mais um dia
Que lhe deito na cama uma noite de ardor
Em um canto escuro do quarto lhe observo a sonhar
Guardando em meus olhos a imagem do amor

terça-feira, 26 de outubro de 2010

ODEON

Sentindo o seu gosto exposto pelo Centro
Suspira a noite de quando se anuncia
Um breve romance mergulhado em cevada
Inundando de vida em meus olhos à espera

Entre o seu beijo molhado um espaço
Da Halls triturada com pressa em pedaços
Camada fina do sereno a deitar
Jogando em teu colo um desejo abraçado 

Você sussurra alguma coisa entre nós
Não vejo mas corpos na rua a vagar
É tarde,só a noite é testemunha do crime
Meu corpo empurra seu corpo pro céu
Entre suas pernas a Cinelândia redime

Mendigos dormem em sonhos reais
No banco a miséria da cidade partida
Dividindo com eles um santo pedaço
Quando me morde e expõe a ferida

Não berro a dor do amor repentino
Minha carne é fraca e foi feita na rua
Seu nome não importa estando em cima de mim
Rasgando o vestido e sorrindo pra lua

Queria guardar em meu peito mais um instante
Do seu rosto rabiscado em perfil no inicio
Mas sua mão fria me faz acordar
No ODEON mas um filme perfeito é finito

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Carnaval

A cada piscada de lado
Minha dor calada faz deboche
Devagar levanto tua saia
Palhaço brincando com a sorte

Apago palavras com suor
Do movimento incessante como vendaval
Na cama teu corpo é fantasia
Vestindo o meu Carnaval

Eu canto no ritmo do grito
Quando desvairada assume o meu gozo
Tua sede me joga a acabar
No bloco maldito dos loucos

Experimentei tua carne macia
Passista sangrando ao sorrir
Sambando e marcando minha alma
Enredo do amor acabado
Em minha avenida sem fim

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Pequena Senhora

Dizia eu tão pequeno
Um abraço da Pequena Senhora como alento
Vou escrever poesia como um vento
Balançando as palavras um momento
Com retinas vermelhas e manchadas
Agora bebo o vinho do descontentamento
Lembranças derramadas na tarde 
Eu busco em tudo o olhar remoto
Rosto pairando no nada
Enrrugado ao me dizer um troço
Faz da tua palavra um destino
Timoneiro da alma ao seu modo
Dores salpicadas em relâmpagos
Em memórias e gozos juvenis
O crescimento amaldiçoa o tempo
Em cada segundo centávo contado
Sentindo o relógio da vida sumir
Sentado em meu sonho desesperado
Vejo em cada átomo um desvio
Do rio de sangue pintado em meu braço
Descubro a leveza do sonho acabado
Desenho em teu rosto à cada pedaço
O sorriso da calma em seu colo infinito

(Para D.Albértina!A mulher mais importante da minha vida!)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Soneto de espera

No universo de gostos
Sabores destilados
Preencho meu copo
Pela ausência de tudo
Tua pele esquenta o vento
Cercando o ventre pelo doce suor
Procuro entender o seu mundo

De mantras exaltados
Exótica língua da menina
Descendo a ladeira de pedra
Tantas noites vagando pela Lapa
Sorriso bordado na saia
Saudade é o tempero
Do beijo boêmio
Abrindo a janéla

Olhar de sei lá
Ai meu Deus quem me dera
Atravessando o atlântico
Em rotas sagradas
Cortando o meu peito
Em hotéis vagabundos
Me faço em teus braços
Um soneto de espera

Até um dia...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Verso versões

Verso versando
Versões sobre o amor
Há quem me diga
Não pire não diga
Pois quem já falou
Sobre isso ou aquilo
Derramou-se em um grito
Que em seu peito calou
Pois isso com tudo
De morto me finjo
Clareando o sorriso
Controverso destino
Meu samba é um surdo
Marcando o idílico
Balançado com a dor

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Frenético,movimento,intranqüilo...

Intranqüilo faço
Inacabado samba
Tento
Iludir o desengano
Em tintas negras
Sobre o esfarrapado pano
Do amor
Que teimo oferecer
Alinho
Versos sobre o tudo
Esperando de tua boca
A cada rima fria
Eterno segundo
Sobre mim
Equilibro o corpo
No cai não dá
Intranqüilo
Do seu frenético
Movimento
Intenso e profano
Sentido de tudo
Me faço em cores
Do absurdo

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Alcance do soco

Invado a rua.Perdido me acho em meu tormento.De não ter.O que?Onde ir?Pra que?Pulo sem ver.
Continuo.Ideia de me jogar em um papel.Sem dó.Pelos olhos vidrados de ódio.
De quem nunca fez pó.Só ouço.Ela chora.Implora.Mas alto.Alto fico.Me lixo.Implícito
em me desfazer.Da minha carne.Me rasgo.Não sinto nada.Máquina falha.Imperfeição que transforma.
O lar dos estranhos em ruína.Cintila.Estrela do quando.Alucina.Porta da rua.Serventia.Sem volta.Bato
a porta.Sem volta.Rangendo a alma.Sem ceda.Sem pena.Queimo assim mesmo.A duras penas.Essas almas pequenas.Que não valem.Uma pena.Não valer.O que fazer?É assim.Quando tudo me dizia.Inevitável ausência.De mim.Comigo assisto.Assim como quem quer tudo.Um mundo.Se desfazer em solidão.Nos olhos.De almas sem cura.Sem colo.Sem nada.Opaco sorriso.De família.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

"MINHAS CANÇÕES INESQUECIVEIS..." 69 Anné Érotique - Serge Gainsbourg & Jane Birkin


"Canção da semana..."

Véu

Meu bem
Não apagarei  a luz da lua
Se não tiver a certeza
Que o seu sorriso cor de beleza
Preencherá de vida a rua


Meu bem
Não amanhecerei do sonho enfim
Se não tiver a certeza
Que o beijo que me abre a fenda
Derramará seu mel em mim


Meu bem
Não quero enxugar o meu pranto
Se não tiver a certeza
Que o sólido véu do seu mistério
Cairá pro meu acalanto


Meu bem
Não queria estar aqui
Mas continuo não tendo a certeza
Que o vento de tanta beleza
Como um samba batendo a tristeza
Amenizará você em mim



quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Lágrimas

Respiro e repito
Não menina
Não é lágrima
Meu olho é assim
É suor curtido
Caindo em teu colo
Penetrando o descaso
Afirmando o meu vicio


Respiro e repito
Não menina
Não é lágrima
Meu olho é assim
Desobedece e desafia
A ordem dos fatos
Transformando o meu mundo
Em doce absurdo
Carnaval sem ter fim


Respiro e repito
Não menina
Não é lágrima
Meu olho é assim
Torto e impróprio
No olhar mais devasso
Um sinistro palhaço
Presente tão raro
Gargalhando ao explodir


Não respiro
Repito
Sim menina
Sim menina
É lágrima
Um ultimo espasmo
Tatuando a tristeza
Marcando a saudade
Em um corpo vazio


Sim menina
É lágrima...

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Manhã de saudade

Nesse quarto
O Setembro se ilumina
E você tão agitada
Tão aflita
Esperando o barulho do dia
Mas se esquece que prometi
Ficar ao seu lado
Passar teu café amargo
É claro que lembro
Era assim que pedias

Vê se te aquietas
O dia explode la fora
Mas não tenho pressa
Só quero a preguiça
Do beijo exposto
Grudar em teu corpo
Até jorrar a saudade
Que andava escondida
No avesso do dia

Vê se te acalma
Vamos continuar assim
Chega pra cá
Perto de mim
Não era o que querias?
Mesmo sabendo
Que o meu samba tem prazo
Um sopro do acaso
Ao te reencontrar pela vida

"MINHAS CANÇÕES INESQUECIVEIS..." Dexys Midnight Runners - Seven days too long



"Canção da semana..."

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Um samba a procura de uma boca

Eu sei
 Que embora saibas
Em cada palavra
Fico pensando
Que ti fiz um samba
Pra depois rasgar
E depois acordar
Esperando a febre alimentar
Cada virgula que aprisiona
O meu sorriso
De adeus a ti entregar
Saindo sem dizer nada
Sobre mas um drama vulgar
Eu sei
 Que embora saibas
Que o meu exagero
Vai se perder devagar
Até se achar
Em uma foto apagada
Pelo tempo memória
Que só o meu samba
Poderá recordar

domingo, 29 de agosto de 2010

Alterado(Um gole com Wally)!

Procuro um outro ar
Meu pesar
Não mas o seu tédio
Alterar
Atravessando o vago
Absurdo do ainda querer
Quereres alterados pela distância
Discrepância como uma entidade
Que arde
Horas ao teu dilema
E me perco sem sair daqui
Alterado como sempre
Esperando o nunca
Me expulsa e grita
Alma minha carne tua
Nua e crua
Respiro e me afundo
Gosto do absurdo
De querer o céu desigual

"MINHAS CANÇÕES INESQUECIVEIS..." SOLUÇOS - JARDS MACALÉ


"Canção da semana..." 

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

E agora ?

E agora Drumond?
Se me perco em versos estúpidos
Sem achar o meu tom


E agora Wally?
Meu desespero se faz um segundo
Eterno buscando fugir


E agora dos Anjos?
Ando esperando em cada esquina
A novidade que se faz acalanto


E agora Cacaso?
Mergulhei nela uma noite em vão
Explodindo o meu beijo na manhã sobre o sol


E agora Leminski?
Não durmo esperando a dor
De cada manhã que resiste


E agora Abreu?
Me satisfaço com o doce devorado com raiva
Na boca do amor que nasceu e morreu


E agora Lispector?
Se me lanço ao futuro dela
Me fazendo alvo do próprio regresso



E agora Quintana?
Insano busco em cada segredo a cura
Pro amor que me sangra as entranhas



E agora Torquato?
Gozo a rua que me fez um dia
No prazer da moça do sorriso abstrato


E agora...?

terça-feira, 27 de julho de 2010

Bate e volta

Tudo é bate e volta
Mas o que não volta
Fica

Mundo

Ai de mim
Que ti fiz em meu olhar
E não pude evitar
De cair em tua dança
Até o sol abraçar
A cor sinuosa
Da minha indecência
Me ofereço
Ao apreço de ti
O que é o olhar
Se não posso sentir
A fina camada do mel
Escorrer da sua boca ao sorrir
A tua pele nua
Desenho no pano pra ver
Em cada rua
Prédio de carne
O mundo que é feito de você
PS:Não consigo concluir,não consigo...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Um dia talvez

Mesmo cansado
Ainda posso mentir
Que os meus olhos vermelhos
Não é a vontade de fugir
Distraído estendo a mão
E procuro como um tolo o afago
Sinto um amargo em minha garganta
Pelo teu sorriso não dado
O velho samba me avisa
Que à muito é hora de partir
Eu cego procuro um bloco
Com uma melodia que eu possa seguir
Conformado com o não
Aceito o teu sim um dia talvez
Como a noite a lua me deita a tristeza
Espero teu sol de alegria outra vez

sábado, 10 de julho de 2010

Entregue

Inevitável em si
É nos fazer sorrir
Com a mas bela e palida melodia
E ao cair da tarde
Ti entrego meu coração assim mesmo
Amassado
Embrulhado
Apertado
Apertado
De tão apertado
Que se reflete em meus olhos marejados
Inundado
De fazer em você
O sossego

sexta-feira, 18 de junho de 2010

domingo, 6 de junho de 2010

Abusando

Sou um menino solto
Agora ja me mexo
Vou mais sem nenhum segredo
Até o fim da rua
Abuso do mundo
Sou um menino solto
Entre muros de silêncio
Imprudente passando ao largo
Brincando canto e danço
Posso ti vender minha alma
E quem foi que disse que saira caro?
Sou um menino solto
Tenho o imprevisivel como remedio
Pro dia que me deixa cégo
O que ha em baixo da tua narina
Pra mim não é mistério
Sou um menino solto
Vagando pela lei do improvável
Sentindo o cheiro da manhã ao acaso
Parado estou por um triz
Correndo não me sinto cansado
Sou um menino solto
Mais um beijo lançado ao vento
Que me retribui sem contráriar
Os minutos que conto sorrindo
Pra não se acabar aqui
Mas acaba

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Ardendo a saudade

Me arranha
Apanha
Descalça
Em brasa
Ti escrevo
Em sangue
Derramo
Eu teso
Mudo
Absurdo
Eu gozo
E choro
Um rio
Inteiro ardendo
Em prosa
Solta
Você suspira
E arranha
De novo
O céu da boca
Teu gosto
Pecado
Maçã
Alimenta-me
E caio
Largado
Só pra dizer
Que sinto saudade

domingo, 23 de maio de 2010

Contornos

Descortinando teu lençol
Em pura elegia
Fiz nesse sambinha triste
Teu corpo em luz
Ao amanhecer do dia

Brindando a cerveja
Que ainda desse seca
Derramado em palavras
Beijo tua boca inteira

Desenho no ar
Estreito em teu corpo
Contornos de um laço refeito
Você nua ti abraço a alma

Ao acordar
Não sera mas tarde
Vou sentir a mordida do teu desejo
A febre que me expande o peito
Em minha pele arde

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Banquete do medo

Se me apego a minutos apressados
Não me preocupo com a dentada
Que o destino cor de algo
Insistente ao seu modo ralo
Quer guardar dentro de mim o que sinto
Tão avido ao meu sentido
Indo se me dar conta daquilo
Que procuro não esta nem vindo
Mas meus pés continuam
E me levam indo a me sentir vivo
E se me desdobro
Irritando os relogios lentos
Uma nova esquina que me sopra o vento
Traz em teu cheiro
A novidade como alento
Não tenho mas tempo
Tempo nenhum à perder
Desilusão é não devorar o banquete
Que a vida oferece como medo

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Branquinha

Fiz
Mais um soneto
Pra deixar junto à você
Amar
Já não é mais um segredo
Depois daquele beijo
Despertado em um lampejo
A rua é um breu
Vou
Sobressaltado em meu desejo
De estar junto à você
Vestido
Com as roupas de um cortejo
Colorida como o vento
Que o teu sorriso me deu
E
Transformando o seu vinho
Em suor do aconchego
Semeando em meu tempo
Branquinha
Em tua pele eu me perco
Desprovido do meu medo
De
Ser mais um sonho
Que se perdeu

domingo, 16 de maio de 2010

Verso vadio

Assumo que eu quis
Ti conhecer ainda cedo
Me jogando como um verso vadio
Afogando em tua saliva o meu medo

Derramada em minha boca um beijo
Afoito minuto apressado
Arrancando com suas mãos frias do meu peito
Com suavidade um pedaço

Levado para o nada do ainda querer
Meu desafio é a nova rotina
Alinhando meu coração em desatino
Ao amanhecer junto a você

E quando berro qualquer bobagem
Dormente abraçado pelo desengano
Conheço agora a dor de respirar
O ar poluido pelo desânimo

Mas espero ainda vivo
Que um gesto efemero do tempo
Esse sol que me cega os olhos
Me ofereça em tua dança o alento

sexta-feira, 14 de maio de 2010

E se não fosse o samba...

Se não fosse o samba
Seria a miragem
Seria a mensagem
Que nunca chega
Seria o acaso
Do sorriso largo
Na boca palida
Que ainda resiste
Seria o teu céu
Ainda que escuro
Rasgando o meu peito
Um corte profundo
Seria o molhado
Meu corpo largado
Buscando o cansaço
Insône profundo
Se não fosse o samba
Aonde estou agora
Mais uma noite afora
De doces sutilezas
Ao despertar sem dormir
Se não fosse o samba...

E se não fosse o Samba...?


quinta-feira, 13 de maio de 2010

Brado

Não sinto sono
Não sinto fome
Não sinto frio
Não sinto nada
Só sei que eu sinto
Agora não minto
Minha alma penada