quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Maria

Pois é Maria


A boa nova do sol atrás das grades

Vem ser o sorriso escondido por você

Apertando o meu corpo contra o prazer

Além disso tudo vai ser duro viver



Pois é Maria

Em cada pranto salgado que fingia

Acreditei que fosse só alarde

Mas naquela tarde uma chuva lavou

O sangue nas mão e no corpo saudade



Pois é Maria

Você que dizia que á vida é assim

Sentindo pra tudo a morte explica

Mas na hora da dança sobre os meus olhos

Explodiu em um grito soberana vadia



Pois é Maria

Você agora chora e me pede que fique

Me diz coisas tristes de memória tão falha

Me rasga,me cospe e amaldiçoa me nome

E diz que meu samba não é coisa que valha



Pois é Maria...

Pois é...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Coração Sujo

Sangrando fatos pelo mundo

Feito de sorriso um tolo

Vai saindo lúdico pela noite

Instalado em esquinas pelo Centro

Coração que dança sobre o vento

E chora sem saber o que

O que de ser ou estar aqui

Malabarista do impossível

Caindo embriagado pela sorte

Morte de toda e qualquer certeza

De não achar um sopro que o faça vivo

No peito da Cidade feita de pedra

terça-feira, 6 de setembro de 2011

(( Clara Sombra ))

Maravilha


Dorme a cidade

Na doce flor da luz escura

Soletro um verso

Solto além do quando

Doloroso reverso

Afoita madrugada

Silenciosa

Adormece o peito

Esperando o futuro

Absurda certeza

Clara sombra no desencontro

Explodindo um coração

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Doce alegria

Vem aqui vem ver
Na fina chuva vadia
Descendo a sorte em mim
Agradeço e busco acordar
No corpo quente do teu sorriso

Vem e não pensa muito
Olha o amor brilhando
Como quem não faz tristeza
Doce alegria é devorar
Certeza fruto que convém

Vai e joga sobre mim
Toda a cor do teu mundo
Suada e linda na loucura
A cada instante some um amor velho
É finda a noite da procura

quarta-feira, 25 de maio de 2011

(( Cidade ))

A cidade tem um céu


Um corpo quente e sem padrão

Linda e torta vaidade

Desbota quando morde a saudade

A Cidade tem um cheiro

Fumaça da mulata de sandália

Pisando coração que vem no bonde

Desejo insinuante que vai ao longe

A Cidade tem a sua paz

Derretida em folhas de jornal

Na manhã o sol ilude tudo

Do corpo frio cidadão

A Cidade tem destino

Perdido ao fim de cada noite

Mera luz que invade o espaço

Movendo o tempo em despedida

sexta-feira, 13 de maio de 2011

(( Em Você ))

Não quero morrer em você


Assistir o fim da loucura no meu olho

Esquecer da vida comum ao outro

No desespero de aceitar o sorriso como açoite

Vagando em estrelas alimentando a noite

Não quero morrer em você

Minha sede vai além do que se vê

Absurda é a dor de se jogar

Na Cidade onde brilho é tão caro

Cores vivas queimando a narina

Adormeço no peito da neblina tão fina

Não quero morrer em você

Esperando em teus braços

Flores mortas no meu desejo

Linda abrindo a minha boca

Derramando chuva em meu céu

Não quero morrer em você

Na cadência o ritimo de todos os prantos

Fazem o circo de sonhos no meu labirinto

Febre queimando a carne enquanto alucino

Não vejo mas nada bem mais que você

Não quero morrer em você

Não quero morrer em você

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Outro Lugar

Entardecer


Me fazendo relembrar enfim

Da saudade que me arde

Escurecendo por inteiro

Paisagem refletida em mim


Não acabou

A paixão não se esvai assim

Sempre bate um coração

Lamento em minhas mãos

Acalanto de quem não sabe mentir


Se vou chorar

No adeus renunciar o mundo

Imaginado em meu delirio

Prazer entregue ao desatino

Rosa agora oferece o seu espinho



Vou partir

E prometo não voltar assim

Por que dentro desse peito

Amor feito em segredo

Só eu sei o que custou sentir


Recomeçar

E nos meus olhos a chuva à de partir

Outro lugar meu samba vai reagir

Ninguém à de tirar de mim

A ilusão de poder cantar o fim

De um amor feito pra acabar

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Notícia



No meu céu é dor
Vermelho de amargar inteiro
Ferro de marcar tão quente
O desejo de arrancar com os dentes
Paginas de um jornal demente
Espetáculo exposto no medo
Letras grandes pintando o vazio
Imagens reais escorrendo na face
Pálida figura anunciando o absurdo
Em um circo de risos gravados no leito
Meu corpo é carne apodrecendo em segundos
Quanto vale a verdade de ser mais um numero?
Notícia esquecida em um canto do tempo
Esperando o próximo a dançar nesse mundo

sábado, 2 de abril de 2011

Teresa

Deitada
Em nuvens tortas de pecado
Abrindo mão do sol que vai saindo
Acalenta a noite ao ti ver dormir
Em cada esquina esconde a despedida

Doida
Arruma o tempo como um capricho
Ao seu modo tudo é luz de Lua
Acumulando a sede em minha boca
Na eterna jura que se faz em mim

Nua
Na sombra Cidade viva é tão serena
Teu corpo gela ao me ver queimar
Devaneios loucos a me projetar
No pouco espaço lúcido do teu sorriso

Sonhando
Em tudo um pouco ainda é você
Retina pintada ao longe o que se vê
Teresa derramando um manto de prazer
Santa oração no vento ao amanhecer enfim

segunda-feira, 14 de março de 2011

Assim passou

Meus pés descalços


Sinto a nuvem como um sonho

Pra que chorar

Se o que passou foi um cordão

Cantando dor e solidão

Repetindo velhos desejos

Morando no peito da razão



Meus pés descalços

Marcando o passo bebado

Querendo recordar

Que no meu amanhã

Alguem sorriu no céu

Fantasia colorida de absurdo

Levando a chuva que passou em mim

quarta-feira, 2 de março de 2011

Sorriso Maia

Morena flor tão feliz
No salão de sonhos e sombra
Cobrindo as vestes de quem vai além
Sorriso Maia em seu rosto menina
Sereno em meu canto não olho mais ninguém

Saindo no cantar da rua
Cada boca destila mistério
Sozinho me vejo a desejar cada trança
Bordando em mim um suave menino
Marcando o desejo do mundo
No sonho que ela tem

Noite dentro em meu sentido
Tudo é canção entre espirais
O sorriso Maia passeia no vento
Deixando um gosto no canto da boca
Madrugada de cores que ela me trás

Amanhã inicia em minutos iguais
Metade é um rumo que se anuncia
No caminho do sol que não abro mão
Queimando o sorriso Maia que alucina
Jardim do desejo meu dom natural

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Noite e prosa

MInha rua é um céu sem estrelas
No meu corpo à desejo de voar
Indo ao encontro do vestigio brilhante
No olho que sangra meu destino é açoite
Insensato como o fogo é o caminho
Do asfalto na minha pele à marcar

Quero o veneno da cigana que dança
Despida de furia me pondo à rodar
Sozinho imagino essa lua como a neblina
Acompanhando seu corpo cravejado de rosas
Viajando pelas veredas do suor
Essa febre é o horizonte que me faz clarear

Cansado me vejo sorrindo profundo
Cortando a noite com a palavra seca
Nessa selva de aço e de tristeza
O ofício do tolo é a certeza
No espinho da vida o amor repentino
É o motivo de sua dor suportar

Semente da loucura que brota
No galho guerreiro a bradar
No beijo molhado minha vida é prosa
Selvagem e doce destino do anjo
Do alto me jogo na ladeira vazia
E um bloco da lira me faz flutuar
 

Nos meus devaneios cabe um sorriso
Acalmando o tédio de ser o que é
Anceio que a noite se acabe no rito
No rasgo de estrela vadia à brilhar
Vem ser a minha paz nos braços cansados
Despertando o prazer de ainda acordar

Delirio

Quero levá la pro ontem
Que o hoje me faz suspirar
Navegar amanhã em teu corpo
...A minha dor é o fel tão amargo
Quando olho e vejo que não esta

Estacionado no meu lado da lua
Nada esta tão perto
Que eu não possa tocar
Mas uma melodia agora anuncia
Tua imagem é delirio
Absurda garota sumindo ao vagar

Quero levá la pro mar
Escaldante e azul como o céu
Mas algo sempre me impede
Adormece e cobre o meu corpo
Com um maldito pesado véu

Quero olhar pro seu mundo
Penetrar em você e me esconder
Fazer de sua carne o meu lar
Pra sempre não me sentir tão vazio
Ao vento da mudança devoto
É o simples prazer de encontrar

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Tarde

Boa tarde,calor invisivel
Derrete na boca o gosto
Um vermelho sucinto
Amolecendo a alma
Em meu corpo um verso

Boa tarde pra sempre
Minha carne no ponto
Assim meio al dente
Distração é um sopro
Que vem derrepente

Boa tarde desespero
Se ajeita no mistério
Rindo de mim e do nada
Assobiando e queimando nos lábios
Um cigarro,melodia em boléro

Boa tarde cegueira
Visão é um ponto de vista
Mirando no céu
Um sonho embriagado
Derramado no papel

Boa tarde,quero ceda
E um copo bem cheio
Marcando a promessa
Que pro meu desatino
Este sol que me queima
Um dia adormeça

Boa tarde...

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O mar e a cura.

No homem que chora
Um canto ficou
Na Jangada de sonho
...O mar carregou

Nos olhos perdidos
Horizonte desenhou
No seu corpo de mar
Esperança brotou

O homem que reza
Oração com ardor
Pelo desejo de Janaina
Seu coração virou flor

Milagre que sopra
Na Jangada voltou
O amor oferenda
Que o mar carregou

Devolvendo no rito
Em seu peito o calor
Sua alma não doi
Janaina curou

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Vou logo



Sonhamos tanto essa noite
Em seu corpo acordei bem
Esse verão ainda me queima
Sublinhando a vontade de ir além

Você sorrindo entre o pano caindo
Me fez perder o sentido de tudo
Duvidando da mente que as vezes acerta
Você vai e me acalma com o olho
Deslizando em teu peito a certeza que resta

Doce manhã que desperta a cidade
Rostos adormecidos vagam pela rua
E você oferece teu corpo ao espreguiçar na janela
Revelando o segredo da tua pele tão crua

O barulho do mundo se confunde com a luz do sol
No quarto o paraiso é feito de amores como cura
Que trocamos pela orgia marcada na carne
O vinho barato é testemunha da jura

Ainda assim me sinto um menino
Como passáro ligeiro tenho medo de pousar
Pela mão que agora afaga mas não tarda tambem à matar
Arrancando com força minha asa de sonho
Escurecendo em minha alma o prazer de voar


quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Santo Destino

Minha cabeça memoria explodindo
Na tarde quente o Janeiro vestindo
O azul proibido do santo destino
Na dor me descubro ainda menino

Não durmo mais o sono do quando
Esperando a noite com uma oração e um pranto
Guardando em meu peito a melancolia do anjo
Que me sangra inteiro do osso ao desengano

Onde será que começa esse véu
Rasgado em pedaços me perco inteiro
Esperança agora é como a luz que atravessa
E derrete todo um sol no meu olho festeiro

Ainda me afronta as perguntas e questões
Porque de querer,porque de se achar,porque de sair
Resposta não tenho agora na queda
Seguro no vento o desespero de ir
Me fecho em meu sorriso é só o que resta

A noite esperada agora esta aqui
Cobrindo o meu corpo no espaço de tudo
Sou eu e ela dançando no escuro
A canção como um hino no sonho absurdo
Marcando os meus passos me jogo no mundo