sexta-feira, 8 de abril de 2011

Outro Lugar

Entardecer


Me fazendo relembrar enfim

Da saudade que me arde

Escurecendo por inteiro

Paisagem refletida em mim


Não acabou

A paixão não se esvai assim

Sempre bate um coração

Lamento em minhas mãos

Acalanto de quem não sabe mentir


Se vou chorar

No adeus renunciar o mundo

Imaginado em meu delirio

Prazer entregue ao desatino

Rosa agora oferece o seu espinho



Vou partir

E prometo não voltar assim

Por que dentro desse peito

Amor feito em segredo

Só eu sei o que custou sentir


Recomeçar

E nos meus olhos a chuva à de partir

Outro lugar meu samba vai reagir

Ninguém à de tirar de mim

A ilusão de poder cantar o fim

De um amor feito pra acabar

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Notícia



No meu céu é dor
Vermelho de amargar inteiro
Ferro de marcar tão quente
O desejo de arrancar com os dentes
Paginas de um jornal demente
Espetáculo exposto no medo
Letras grandes pintando o vazio
Imagens reais escorrendo na face
Pálida figura anunciando o absurdo
Em um circo de risos gravados no leito
Meu corpo é carne apodrecendo em segundos
Quanto vale a verdade de ser mais um numero?
Notícia esquecida em um canto do tempo
Esperando o próximo a dançar nesse mundo

sábado, 2 de abril de 2011

Teresa

Deitada
Em nuvens tortas de pecado
Abrindo mão do sol que vai saindo
Acalenta a noite ao ti ver dormir
Em cada esquina esconde a despedida

Doida
Arruma o tempo como um capricho
Ao seu modo tudo é luz de Lua
Acumulando a sede em minha boca
Na eterna jura que se faz em mim

Nua
Na sombra Cidade viva é tão serena
Teu corpo gela ao me ver queimar
Devaneios loucos a me projetar
No pouco espaço lúcido do teu sorriso

Sonhando
Em tudo um pouco ainda é você
Retina pintada ao longe o que se vê
Teresa derramando um manto de prazer
Santa oração no vento ao amanhecer enfim