terça-feira, 26 de outubro de 2010

ODEON

Sentindo o seu gosto exposto pelo Centro
Suspira a noite de quando se anuncia
Um breve romance mergulhado em cevada
Inundando de vida em meus olhos à espera

Entre o seu beijo molhado um espaço
Da Halls triturada com pressa em pedaços
Camada fina do sereno a deitar
Jogando em teu colo um desejo abraçado 

Você sussurra alguma coisa entre nós
Não vejo mas corpos na rua a vagar
É tarde,só a noite é testemunha do crime
Meu corpo empurra seu corpo pro céu
Entre suas pernas a Cinelândia redime

Mendigos dormem em sonhos reais
No banco a miséria da cidade partida
Dividindo com eles um santo pedaço
Quando me morde e expõe a ferida

Não berro a dor do amor repentino
Minha carne é fraca e foi feita na rua
Seu nome não importa estando em cima de mim
Rasgando o vestido e sorrindo pra lua

Queria guardar em meu peito mais um instante
Do seu rosto rabiscado em perfil no inicio
Mas sua mão fria me faz acordar
No ODEON mas um filme perfeito é finito

2 comentários:

  1. uaua!!! adorei. vi toda uma narrativa, uma história.
    muito legal como vc usou o Centro.
    bjkas!!!!!!

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  2. Oi menina!Sabe aquele lance de memória afetiva??Pois é,pensei tanta coisa!E ainda tem muito mais!BG

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