quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Noite e prosa

MInha rua é um céu sem estrelas
No meu corpo à desejo de voar
Indo ao encontro do vestigio brilhante
No olho que sangra meu destino é açoite
Insensato como o fogo é o caminho
Do asfalto na minha pele à marcar

Quero o veneno da cigana que dança
Despida de furia me pondo à rodar
Sozinho imagino essa lua como a neblina
Acompanhando seu corpo cravejado de rosas
Viajando pelas veredas do suor
Essa febre é o horizonte que me faz clarear

Cansado me vejo sorrindo profundo
Cortando a noite com a palavra seca
Nessa selva de aço e de tristeza
O ofício do tolo é a certeza
No espinho da vida o amor repentino
É o motivo de sua dor suportar

Semente da loucura que brota
No galho guerreiro a bradar
No beijo molhado minha vida é prosa
Selvagem e doce destino do anjo
Do alto me jogo na ladeira vazia
E um bloco da lira me faz flutuar
 

Nos meus devaneios cabe um sorriso
Acalmando o tédio de ser o que é
Anceio que a noite se acabe no rito
No rasgo de estrela vadia à brilhar
Vem ser a minha paz nos braços cansados
Despertando o prazer de ainda acordar

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